segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entrevista Rodrigo Assis

Rodrigo Assis, o Horse
Nesta semana temos o prazer de conhecer um pouco mais do trabalho de um Lightdesigner com um excelente profissional, Rodrigo Assis, começou sua carreira ao final da década de 90, no Teatro da antiga Escola Técnica Federal de Goiás, assumindo a função de técnico de luz e iluminador; logo depois, o dom de ter a luz nas palmas das mãos levou-o para o teatro Zabriskie, Centro Cultural Martim Cererê, Centro Cultural Goiânia Ouro, além do trabalho em diversos espetáculos, festivais, mostras e eventos ligados ao cinema.
Graduando em Design de Interiores e Pós-graduando em Docência do Ensino Superior, “Horse”, como também é conhecido, ainda domina o “quadro-negro” e o giz. Palestras e oficinas já foram ministradas na Faculdade Cambury, no Projeto Bastidores, Casa das Artes, Festival de Cinema Perroloco, oficina de Iluminação Cênica aos alunos da Universidade Autónoma de Querétaro, “Facultad de Bellas Artes”, no México.
Além de light designer, Rodrigo Assis já atuou e dançou, assumiu sonoplastia, cenografia, direção de palco, fotografia e direção de curta-metragem, sendo premiado em diversas instâncias e festivais nacionais e internacionais. Vale a pena conhecer um pouco mais sobre essa maravilhosa profissão. Confira!


Déborah de Sousa - DS: Rodrigo, para iniciarmos esse papo, gostaríamos de saber como tudo começou. Como você se interessou por light design?
RA: Tudo começou na antiga Escola Técnica Federal de Goiás. Naquela época, tínhamos atividades relacionadas a artes, como música, dança, artes plásticas e teatro, que acabei me enveredando. O teatro surgiu como uma brincadeira que mais tarde se tornou algo sério, mas quando eu começava o processo de criação de um espetáculo, já me interessava também pelos bastidores: na luz, no cenário e no som. Em 1998, surgiu a oportunidade de trabalhar como bolsista na instituição e pela vontade de estar mais envolvido com a arte, pedi que me colocassem no teatro e fui atendido. Trabalhando lá comecei a tomar gosto pela iluminação, percebi que não “era um bom ator”, mas poderia estar em cena através da luz para dar suporte e ter meu espaço na construção da dramaturgia da peça.

DS: Visto que você é um profissional bem versátil e que atua em diversos meios, qual a diferença das técnicas de iluminação para teatro e para cinema?
RA: Antes de mais nada vamos separar o título de cada profissão. No teatro, chamamos de iluminador; já no cinema, nomeamos como fotógrafo. Enquanto que o iluminador usa as características de nossos olhos para iluminar, o fotógrafo utiliza as características das lentes das câmeras para tal. Tanto no teatro quanto no cinema temos a intenção de iluminar a cena para que ela seja vista pelo telespectador ou a plateia com suas nuances e intenções, mas no cinema a lente da câmera é muito mais sensível que o nosso olho, já quando vemos algo ao vivo não percebemos alguns detalhes que a câmera consegue captar. No teatro utilizamos muitos filtros de cor (gelatinas) com intenção de alterar a propriedade da luz para se obter, por exemplo, uma luz noturna, brincamos com o azul ou o alaranjado do pôr do sol e já no cinema, se utilizarmos essas mesmas gelatinas, teremos cores estouradas, como alguns filmes que foram produzidos nas décadas de 60 e 70, principalmente os filmes para realçar alguma cena de horror, pesadelo, sonhos, desvanecidos. Não estou dizendo que os filmes não devem produzir tais efeitos, mas que somente hoje em dia não se usa muito.  No cinema trabalhamos com algumas gelatinas corretivas com intenção de corrigir a luz amarelada das lâmpadas halógenas ou incandescentes. Mas cada iluminador ou light designer tem suas técnicas e suas intenções ao iluminar uma cena, o que ele deve pensar é se aquele efeito ou cor vai casar com a intenção que o diretor quer passar para o público, pois uma cor ou efeito pode danificar todo um trabalho que tenha levado meses, e até anos, para ser desenvolvido.


DS: Visto que o Light Design (Design de luz) está nos bastidores de uma produção e por isso muitas pessoas desconhecem o que realmente faz esse profissional, nos conte um pouco mais sobre essa profissão e as possíveis áreas de atuação.
RA: Antes de se tornar um iluminador, acredito que é preciso passar por todo um processo de aprendizagem. Começamos como curiosos, pois no Brasil não se tem uma escola ou curso para criar este profissional, temos que correr atrás, buscar livros, assistir aos espetáculos e filmes para começarmos como técnico de luz; em seguida, como operador de luz, para só depois começarmos a criar a luz. Isso porque para se criar algo devemos conhecer as ferramentas e o material que se está trabalhando. Como iluminador, trabalhamos para criar um projeto de luz de um espetáculo teatral, show, circo, dança e cinema. Começa-se com o processo de leitura do texto, acompanhamento de ensaios e conversas com o diretor, cenógrafo, figurinista, maquiador...Pois sua luz interfere diretamente em tudo que é visual no teatro ou no cinema. Mas podemos trabalhar também como técnicos de luz de uma montagem teatral ou eletricista em uma produção cinematográfica, como operadores de luz, no caso do teatro, com o mapa de luz e o roteiro de luz com todas as deixas e cenas passadas pelo iluminador podemos “operar” ou controlar a luz sem a presença dele. Quando se pensa no profissional atuando nas artes Cênicas ou no cinema, temos poucos técnicos e operadores de luz capacitados, iluminadores então, nem se fala. O mercado em Goiânia nesta área está crescendo, uma prova disso são os diversos espetáculos e festivais que nosso estado produz, precisando cada vez mais de profissionais. Precisamos formar mais pessoas capacitadas para tal e muitas vezes o que acontece é que os interessados começam por curiosidade ou acompanhando alguém que já esta na área, isso é um facilitador.

DS: Quais as maiores dificuldades encontradas ao criar a luz para uma cena?
RA:  Para se criar a luz de um espetáculo ou de uma cena devemos acompanhar a companhia artística com suas leituras e ensaios para podermos colocar no papel nosso desejo de iluminação para a cena. O fato é que quando vamos colocar o que pensamos em prática, temos a dificuldade de tempo para montagem, pois só podemos ver a luz como realmente será na prática, enquanto que o figurinista, maquiador e cenógrafo podem mostrar antes como tudo ficará. O ideal é que para uma estreia precisaríamos entrar pelo menos três dias antes no espaço a ser iluminado, pois tem o tempo de montagem, ensaio, consertar ou adequar a luz ao espaço, gravar a cena, entre outros fatores, e infelizmente só conseguimos isso na maioria das vezes no mesmo dia da estreia, prejudicando assim nosso trabalho. Isso porque ou a produção do mesmo não tem condições financeiras ou técnicas para conseguir o espaço antes, ou os espaços não liberam para fazer todos os testes antes da estreia, isso é mais comum em produções teatrais, shows, danças e circo.

DS: Quais os erros mais comuns de quem está iniciando a carreira? Você acha que mesmo com toda a sua experiência, ainda comete muitos erros?
RA:  Antes de mais nada, somos aprendizes. Para quem está começando não precisa ter vergonha e tenha a humildade de perguntar sobre tudo que está acontecendo e o que vai trabalhar. Muitas vezes os novatos querem mostrar o trabalho sem conhecer muito do equipamento ou da situação onde se encontra e aí pode danificar o material e até se machucar. Trabalhamos com materiais muitos sensíveis e caros, acho que o erro mais comum de quem está entrando nesta área é a de queimar equipamentos, como a lâmpada PAR 64, um refletor muito utilizado no teatro e show. Na sua maioria ele é produzido na voltagem 110 v, mas como em Goiânia e no Brasil trabalhamos com voltagem 220v, este equipamento queima com o discutido ou falta de conhecimento do mesmo, por ele ser na voltagem 110 v; temos sempre que ligá-lo em série, construindo um circuito elétrico fechado. Sendo eternos aprendizes, podemos estar sempre suscetíveis aos erros, mas o mais importante é aprender com eles para que não se repitam.

DS: Como técnico de luz, quais os riscos existentes na atuação do profissional? Como evitá-los?
RA: Nessa profissão estamos suscetíveis a vários acidentes de trabalho, trabalhamos nas alturas, com eletricidade, equipamento pesados. Quando o público aprecia uma obra teatral ou cinematográfica, ele muitas vezes não sabe das dificuldades e perigos que essa profissão oferece. Para se evitar, sempre utilizam-se luvas, pois como trabalhamos em sua maioria com lâmpadas incandescentes, elas chegam a temperaturas elevadas que podem causar queimaduras graves; outra dica é trabalhar de calças compridas e largas para que haja mobilidade no trabalho, cintos de seguranças para trabalhar em alturas, lanternas, pois trabalhamos em locais escuros, especialmente quando vamos afinar a luz (colocar os refletores em suas posições); precisamos do BO (blackout) para que essa luz de serviço não interfira no nosso trabalho; sempre estar calçado, nestes locais de trabalho se têm muitos objetos jogados no chão, pedaços de cenário, acessórios de refletores, para os cabeludos de plantão, é bom deixá-los sempre amarrados. Antes de mais nada, precisamos nos preocupar com nossa segurança para só depois começar a desenvolver o trabalho.

DS: Há algum trabalho que lhe deixou muito inspirado? Algo marcante? Qual?
RA: De uma certa forma todos os trabalhos são marcantes, pois são únicos. Quando se vai trabalhar em um novo projeto, ele possui elementos, estéticas e conceituais diferentes, possibilitando assim novas criações. Se fosse citar algum trabalho, citaria a iluminação do espetáculo “Balanço”, monólogo com o ator Bruno Peixoto, texto de Danilo Alencar e direção de Edson de Oliveira. É um espetáculo com formato para palco arena em que o público assiste muito próximo ao ator. Neste espetáculo trabalhei principalmente com o branco e suas nuances, foram usadas somente duas cores distintas em momentos muito específicos. Todo o processo de criação foi prazeroso, a história sensível sobre um homossexual com sua vida conturbada de amores, desejos, repressões, preconceito. É um espetáculo muito marcado com deixas de som e marcações do ator, em que foi preciso muito sincronia para que tudo desse certo. No final ficou um resultado muito bonito visualmente, combinando os elementos da luz, cenário, figurino, maquiagem que conseguiu emocionar quem assistiu ao mesmo.

DS: Como é o mercado do Light Design em Goiás? O que pode ser feito para valorizar esse profissional?
RA: Aqui em Goiás tem poucos profissionais na área, ainda mais em artes cênicas. Como não se tem uma escola ou faculdade para se estudar a arte de iluminar, aprendemos nosso ofício através dos anos trabalhando como técnico de luz, para só depois de uma certa experiência podermos assumir um projeto de iluminação. Mas como em toda profissão existem seus problemas, no nosso caso acontece de alguns profissionais trabalhando como técnicos que, sem muita experiência, começam a desenvolver projetos de luz cobrando valores muito abaixo do mercado, mas isso não acontece somente com os iluminadores, mas com os técnicos de luz e operadores, algo que deveria ser bem distinto, pois são três áreas de trabalho parecidas. Mas cada um deve exercer sua profissão sem atravessar no trabalho alheio.

DS: Como funciona o cachê/pagamento dos profissionais de iluminação?
RA: A questão de valor vai muito de cada profissional, mas normalmente se faz um orçamento para três etapas distintas, criação, execução e operação. Sendo que a criação é o processo mais longo de qualquer projeto, que envolve o estudo junto ao espetáculo com acompanhamento de ensaios, discussão com o diretor, conversando com todos os envolvidos visualmente como o figurinista, maquiador, cenógrafo. Não vou colocar aqui valores por ser algo muito pessoal e depende muito do trabalho a ser desenvolvido; vários fatores, como tempo de criação, tempo de montagem, local, temporada, tudo é avaliado para se cobrar um valor justo tanto para o iluminador quanto para a companhia ou grupo que no qual estamos trabalhando.

DS: Rodrigo, vimos que você está se especializando em Docência do Ensino Superior, os planos são realmente seguir a carreira acadêmica? Quais os meios acadêmicos de se profissionalizar em iluminação, light design ou técnico de luz?
RA: Sim, estou fazendo meus estudos com intuito acadêmico. São dois os fatores determinantes: o primeiro é o aprendizado que nos torna mais qualificados para projetos futuros e o segundo é que na área acadêmica se vê poucos professores ou estudiosos da iluminação. De uma certa forma, se quiser seguir academicamente nessa área, tem que procurar cursos nas faculdades onde sua pesquisa se encaixa, pois é difícil haver mestrado e doutorado em iluminação aqui no Brasil. O mais fácil é encaixar como campo de pesquisa dentro das artes cênicas, o que acontece é de profissionais procurando se especializar, buscando seus estudos fora do país, algo que por enquanto desejo fazer aqui mesmo no Brasil. Aqui em Goiás também não se tem um profissional formado exercendo essa função como professor, que assim se junta ao segundo motivo. Tenho vontade de desbravar esta área e buscar novos rumos aos iluminadores para nosso estado, além de repassar os meus conhecimentos para os que queiram adentar este mundo.

DS: Quais as dicas que você dá para quem quer começar a atuar nesse meio?
RA: Para se tornar um bom profissional acredito que tenha que ter três coisas fundamentais: pontualidade, disciplina e humildade. Não nascemos aprendendo tudo, há vários processos que podemos percorrer para se chegar onde queremos, é importante observas os trabalhos dos outros, perguntar, ser curioso e admitir seus erros e acerto. E falo que não se deve tentar ser o melhor, mas fazer o seu melhor.


Para quem quer conhecer um pouquinho mais do trabalho desse artista cheio de luz, acesse: http://www.rodrigohorse.com.br/



Rodrigo, agradecemos a sua disponibilidade e o seu interesse em participar da nossa entrevista e compartilhar o seu vasto conhecimento, com nossos leitores e amantes das artes.


Forte abraço,

Equipe Kfeína

Espetáculo: Balanço - Light design: Rodrigo Assis - Fotos: Layza Vasconcelos

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Entrevista com Sandro de Oliveira


Sandro de Oliveira
Estreiamos nosso quadro de entrevistas muito bem... Um entrevistado especial para nós da Kfeína - Mídia e Cultura,  e sem dúvida alguma, aos estudantes, aspirantes e amantes do cinema. Um exemplo de paixão cinematográfica, Sandro de Oliveira é graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás (1991), mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002). Atualmente é Professor da Universidade Estadual de Goiás - Unidade Laranjeiras, Goiânia - Goiás nas disciplinas de História do Cinema e História do Cinema Brasileiro e também, coordenador da SAU - Semana do Audiovisual da UEG.Amante do Cinema, Sandro, faz aprimorar ainda mais o olhar daqueles com quem convive, aguça instintos e o prazer pela Sétima Arte.




Déborah de Sousa - DS: Para começarmos esse delicioso papo, nos direcionamos a saber como tudo começou. Então, Sandro, conte-nos um pouquinho de como surgiu seu interesse pelo Audiovisual?
Sandro de Oliveira - SO: O meu interesse pelo audiovisual é mais antigo do que o boom do audiovisual goiano, nasceu pelo meu interesse acadêmico pelo cinema já na minha graduação, no íncio dos anos 90. Já escrevia alguns pequenos artigos e matérias para os jornais daqui falando de cineastas e de cinema, majoritariamente.

DS: O que você acha da Produção Audiovisual em Goiás?
SO: A produçao audiovisual em Goiás ainda é pequeno quantitativamente e os nossos audiovisualistas ainda carecem de preparo técnico e de financiamentos mais polpudos para que os nossos produtos possam competir em pé de igualdade com o restante do país. Sabemos que temos talentos inquestionáveis em Goiás, mas todos carecemos de vias de produção que sejam mais generosas e frequentes.

DS: Qual é o maior deficit da Produção Audiovisual em Goiás? De acordo com sua visão, o que sugere para que possa crescer e se desenvolver?
SO: Poderíamos ter um mercado exibidor mais amplo. Os filmes que são produzidos ficam no âmbito de festivais temáticos ou nas fortalezas das universidades. É necessário que sejam criados mecanismos de exibição para a população carente do estado, nas cidades distantes, tão carentes de cultura. Existe aí um imenso público consumidor que é desprezado pelo poder público.

DS: O que você acha que pode ser feito para a conscientização da população goiana diante das produções audiovisuais em nossa região?
S.O: A população goiana não conhece nem o que se faz em Hollywood, quanto mais no audiovisual goiano. Se você for olhar nos nossos jornais, devem existir somente umas cinco ou dez cidades goianas com cinemas funcionando diariamente com sessões abertas ao público. Não existem cines culturas no interior, cinemas em praças abertas, cinemas nas escolas públicas. Isto faz com que as pessoas entrem em contato com a produção da TV, sempre tão eletiva e alienada. É preciso que o povo goiano entre em contato com a produção goiana.

DS: Falta iniciativa do Estado ou dos próprios profissionais da área?
SO: O mercado produtor para o 'grande cinema', o cinema comercial de mercado, ainda é inexistente em Goiás. Os nossos profissionais, se quiserem produzir para grandes mercados, têm de necessariamente procurar novos horizontes. Alguns bons profissionais oriundos do curso de Comunicação Social - Audiovisual da UEG já estão produzindo e trabalhando fora daqui. Mas, se estruturalmente houver condições para grandes produções aqui, penso que somos um potencial mercado produtor e consumidor.

DS: Você é um educador muito respeitado por seus alunos e que consegue despertar neles o interesse principalmente pelo cinema. O que acredita que pode ser feito para que esses sejam profissionais mais engajados em grandes projetos?
S.O: Estamos já na fase de produção da II Semana do Audiovisual da UEG, que em 2012 terá como tema principal 'Novos olhares para o audiovisual em Goiás'. Estamos fazendo contato com grandes teóricos na área de cinema, documentário e no audiovisual, esperem e terão grandes e boas surpresas. A primeira edição da Semana do Audiovisual já superou expectativas, esperamos que continue assim. A gente espera um grande público este ano nas oficinas, minicursos, palestras e mesas redondas.

DS: Nos conte mais sobre a SAU, a Semana do Audiovisual da UEG, o que ela propõe? Como surgiu?
SO: A Semana do Audiovisual da UEG é um evento que conta com um orçamento ainda muito modesto. Trabalhamos no sistema de permuta de serviços ou seja, oferecemos espaço publicitário e os apoiadores oferecem serviços. Inscrevemos o projeto em leis de incentivo, espero que surta resultados. A UEG fornece ainda alguma ajuda material que é super bem-vinda. Portanto, uma ajuda daqui, outra dali, a gente consegue realizar o evento. Mas com o tempo, e com uma maior visibilidade do evento, esperamos que os apoiadores surjam mais naturalmente.

DS: Como ela tem contribuído para a produção audiovisual em nossa região? Já está previsto a data da segunda edição?
SO: A Semana do Audiovisual da UEG é um espaço de compartilhamento de informações, de discussões estéticas e de pesquisas na área técnica do audiovisual. Trabalho com minicursos e oficinas que servem para entrarmos em contato com o que há de novo no campo audiovisual produzido em Goiás. Como o curso de Audiovisual é o único que prepara profissionais para a produção de cinema, vídeo, documentário e outros conteúdos audiovisuais no estado, o interesse pelos nossos eventos tende a crescer muito. O evento acontecerá em 2012 nos dias 24 a 30 de setembro, nas dependências da UnU Laranjeiras, da UEG.

Sandro, agradecemos a sua disponibilidade e o seu interesse em participar da nossa entrevista e compartilhar um pouquinho mais de sua grande caixinha de conhecimento, com nossos leitores e produtores audiovisuais.

Forte abraço,

                          Equipe Kfeína

terça-feira, 3 de abril de 2012

Em defesa da Cultura

Secult Goiânia, 02 de abril de 2012 - Dia da Verdade
O mês de abril começou com tudo! Contrapondo o Dia da Mentira (1° de Abril), ontem (2 de abril) a sociedade goiana comemorou o “Dia da Verdade”. Artistas, produtores e agentes culturais se uniram numa manifestação cobrando justiça e melhores condições de trabalho e aumento dos incentivos de Leis da Cultura.
De uma maneira pacífica e talentosa, os artistas circenses nos contemplaram com exibições de malabarismos, palhaçadas e outras gracinhas de circo. Iniciaram o trajeto da Praça do Bandeirante, passando pelo Palácio Pedro Ludovico Teixeira, até chegar ao ponto de destino: Secult (Secretaria Municipal de Cultura - Goiânia). Lá, soltaram a voz e falaram verdades sobre o caso Demóstenes e Carlos Cachoeira, o governo Paulo Garcia e toda insatisfação pelo modo de como os artistas e produtores culturais e audiovisuais goianos vêm sendo tratados.
Foram diversos os crimes de gestão pública, estelionato e formação de quadrilha. O esquema envolve cerca de R$ 5.000,00  desviados da cultura.
Segundo a delegada Érica Botrel, “Pelo menos duas empresas estão no nome do procurador jurídico da Secretaria de Cultura, que é o senhor João Batista Cordeiro, que é a empresa Terra Postal e a Agenda Comunicação. Quanto ao diretor financeiro, Wilson Ribeiro da Costa, nós apuramos que duas empresas que estão envolvidas nesse esquema estão registradas no nome de pessoas ligadas a ele”.
Além dos crimes administrativos obscuros, a Secult ainda mantinha falsos contratos, em que faziam a divulgação de um cachê em torno de R$ 1.000,00 enquanto os contratos eram feitos por meios fraudolentos apresentando orçamentos de cerca de R$ 8.000,00 para os artistas.
O que mais incomoda a nós, produtores, agentes e artistas que lutam pela realização e produção cultural em Goiás é ver como os nossos conterrâneos fizeram descaso com essa corajosa atitude. Olhavam para os artistas e manifestantes de cara feia, tampavam os ouvidos para o que era falado ao microfone. E o mais grave é que muitos reprovavam o que estava acontecendo ali, que era simplesmente luta por justiça não só para nós, que somos desse meio, mas para todos os habitantes de Goiás, que necessitam de melhorias no Estado e, principalmente de mais educação e uma melhor formação cultural.
Infelizmente, nós ainda não temos uma identidade cultural formada, por diversos motivos, como a falta de incentivo à cultura pelo governo, a falta de conhecimento e interesse pela cultura local pela população. A maioria não têm noção dos eventos culturais que acontecem na região e muito menos possuem interesse em participar e ajudar a desenvolver uma cultura legitimamente goiana.
Esperamos que mais movimento como esse sejam sempre realizados, não importa se reprovem, boicotem, precisamos continuar a luta! Sempre! Respeito, arte e progresso!

Texto e Foto: Déborah de Sousa

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Entrevistas - A novidade da Kfeína para você!



A Kfeína começa a segunda-feira com novidades para você. Agora, no blog, você acompanhará entrevistas inéditas com grandes profissionais da arte, cultura e comunicação de nossa região.
Quer saber um pouco mais  sobre as produções culturais e o meio audiovisual de Goiás?
Então acompanhem as nossas entrevistas quentinhas a partir dessa semana!
Você também poderá mandar sugestões de quem gostaria que entrevistássemos ou mesmo, de temas que gostaria de aprender mais sobre. Para isso, preencha o formulário e encaminhe à nossa equipe.

Não deixem de participar!!!

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