terça-feira, 3 de abril de 2012

Em defesa da Cultura

Secult Goiânia, 02 de abril de 2012 - Dia da Verdade
O mês de abril começou com tudo! Contrapondo o Dia da Mentira (1° de Abril), ontem (2 de abril) a sociedade goiana comemorou o “Dia da Verdade”. Artistas, produtores e agentes culturais se uniram numa manifestação cobrando justiça e melhores condições de trabalho e aumento dos incentivos de Leis da Cultura.
De uma maneira pacífica e talentosa, os artistas circenses nos contemplaram com exibições de malabarismos, palhaçadas e outras gracinhas de circo. Iniciaram o trajeto da Praça do Bandeirante, passando pelo Palácio Pedro Ludovico Teixeira, até chegar ao ponto de destino: Secult (Secretaria Municipal de Cultura - Goiânia). Lá, soltaram a voz e falaram verdades sobre o caso Demóstenes e Carlos Cachoeira, o governo Paulo Garcia e toda insatisfação pelo modo de como os artistas e produtores culturais e audiovisuais goianos vêm sendo tratados.
Foram diversos os crimes de gestão pública, estelionato e formação de quadrilha. O esquema envolve cerca de R$ 5.000,00  desviados da cultura.
Segundo a delegada Érica Botrel, “Pelo menos duas empresas estão no nome do procurador jurídico da Secretaria de Cultura, que é o senhor João Batista Cordeiro, que é a empresa Terra Postal e a Agenda Comunicação. Quanto ao diretor financeiro, Wilson Ribeiro da Costa, nós apuramos que duas empresas que estão envolvidas nesse esquema estão registradas no nome de pessoas ligadas a ele”.
Além dos crimes administrativos obscuros, a Secult ainda mantinha falsos contratos, em que faziam a divulgação de um cachê em torno de R$ 1.000,00 enquanto os contratos eram feitos por meios fraudolentos apresentando orçamentos de cerca de R$ 8.000,00 para os artistas.
O que mais incomoda a nós, produtores, agentes e artistas que lutam pela realização e produção cultural em Goiás é ver como os nossos conterrâneos fizeram descaso com essa corajosa atitude. Olhavam para os artistas e manifestantes de cara feia, tampavam os ouvidos para o que era falado ao microfone. E o mais grave é que muitos reprovavam o que estava acontecendo ali, que era simplesmente luta por justiça não só para nós, que somos desse meio, mas para todos os habitantes de Goiás, que necessitam de melhorias no Estado e, principalmente de mais educação e uma melhor formação cultural.
Infelizmente, nós ainda não temos uma identidade cultural formada, por diversos motivos, como a falta de incentivo à cultura pelo governo, a falta de conhecimento e interesse pela cultura local pela população. A maioria não têm noção dos eventos culturais que acontecem na região e muito menos possuem interesse em participar e ajudar a desenvolver uma cultura legitimamente goiana.
Esperamos que mais movimento como esse sejam sempre realizados, não importa se reprovem, boicotem, precisamos continuar a luta! Sempre! Respeito, arte e progresso!

Texto e Foto: Déborah de Sousa

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