Secult Goiânia, 02 de abril de 2012 - Dia da Verdade |
O
mês de abril começou com tudo! Contrapondo o Dia da Mentira (1° de
Abril), ontem (2 de abril) a sociedade goiana comemorou o “Dia da
Verdade”. Artistas, produtores e agentes culturais se uniram numa
manifestação cobrando justiça e melhores condições de trabalho e aumento
dos incentivos de Leis da Cultura.
De
uma maneira pacífica e talentosa, os artistas circenses nos
contemplaram com exibições de malabarismos, palhaçadas e outras
gracinhas de circo. Iniciaram o trajeto da Praça do Bandeirante,
passando pelo Palácio Pedro Ludovico Teixeira, até chegar ao ponto de
destino: Secult (Secretaria Municipal de Cultura - Goiânia). Lá,
soltaram a voz e falaram verdades sobre o caso Demóstenes e Carlos
Cachoeira, o governo Paulo Garcia e toda insatisfação pelo modo de como
os artistas e produtores culturais e audiovisuais goianos vêm sendo
tratados.
Foram
diversos os crimes de gestão pública, estelionato e formação de
quadrilha. O esquema envolve cerca de R$ 5.000,00 desviados da cultura.
Segundo
a delegada Érica Botrel, “Pelo menos duas empresas estão no nome do
procurador jurídico da Secretaria de Cultura, que é o senhor João
Batista Cordeiro, que é a empresa Terra Postal e a Agenda Comunicação.
Quanto ao diretor financeiro, Wilson Ribeiro da Costa, nós apuramos que
duas empresas que estão envolvidas nesse esquema estão registradas no
nome de pessoas ligadas a ele”.
Além
dos crimes administrativos obscuros, a Secult ainda mantinha falsos
contratos, em que faziam a divulgação de um cachê em torno de R$
1.000,00 enquanto os contratos eram feitos por meios fraudolentos
apresentando orçamentos de cerca de R$ 8.000,00 para os artistas.
O
que mais incomoda a nós, produtores, agentes e artistas que lutam pela
realização e produção cultural em Goiás é ver como os nossos
conterrâneos fizeram descaso com essa corajosa atitude. Olhavam para os
artistas e manifestantes de cara feia, tampavam os ouvidos para o que
era falado ao microfone. E o mais grave é que muitos reprovavam o que
estava acontecendo ali, que era simplesmente luta por justiça não só
para nós, que somos desse meio, mas para todos os habitantes de Goiás,
que necessitam de melhorias no Estado e, principalmente de mais educação
e uma melhor formação cultural.
Infelizmente,
nós ainda não temos uma identidade cultural formada, por diversos
motivos, como a falta de incentivo à cultura pelo governo, a falta de
conhecimento e interesse pela cultura local pela população. A maioria
não têm noção dos eventos culturais que acontecem na região e muito
menos possuem interesse em participar e ajudar a desenvolver uma cultura
legitimamente goiana.
Esperamos
que mais movimento como esse sejam sempre realizados, não importa se
reprovem, boicotem, precisamos continuar a luta! Sempre! Respeito, arte e
progresso!
Texto e Foto: Déborah de Sousa
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